sexta-feira, 24 de julho de 2015

Justiça decreta nova prisão de executivos da Odebrecht após descoberta de contas no exterior para pagar propina.




A investigação da Operação Lava-Jato descobriu que a Odebrecht controlava 06 contas bancárias no exterior para pagar propinas aos ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa, Renato Duque, Nestor Cerveró e Jorge Luiz Zelada e ao ex-gerente da estatal Pedro Barusco. A prova foi apresentada pelo juiz Sérgio Moro hoje, em despacho para justificar um novo decreto de prisão preventiva contra o presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht, e outros 04 executivos ligados à companhia. 

Ontem, os advogados de executivos da Odebrecht e Andrade Gutierrez entraram com habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça para tentar liberar seus clientes. Como decretou uma nova prisão temporária, o juiz Moro encaminhou o decreto de hoje às instâncias superiores, que julgam esses pedidos de liberdade: o Tribunal Regional Federal e o Supremo Tribunal de Justiça. A força-tarefa da operação rastreou o caminho do dinheiro que saiu da empreiteira e chegou até os funcionários da Petrobras que receberam a propina para favorecer a Odebrecht em contratos com a estatal. Com base em documentos enviados por autoridades da Suíça e outros documentos juntados ao processo, o juiz Moro concluiu que “há prova de fluxo financeiro milionário, em dezenas de transações, entre contas controladas pela Odebrecht ou alimentadas por empresas do grupo e outras contas secretas, mantidas no exterior por dirigentes da Petrobras”.

A Odebrecht era beneficiária e controladora, segundo as investigações, das contas em nomes das empresas offshores Smith & Nash Engineering Company, Arcadex Corporation, Havinsur S/A, Golac Project, Rodira Holdings e Sherkson Internacional. O dinheiro saía dessas contas diretamente para contas secretas mantidas por Barusco, Duque, Cerveró e Zelada também no exterior. Em algumas transferências a propina passava ainda por uma conta intermediária antes de chegar ao seu destinatário final. A procuradoria-geral da Suíça está investigando repasses suspeitos feitos pela Odebrecht em contas de bancos locais.

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