quinta-feira, 6 de junho de 2013

Tribunal de Contas do ES investiga suposto desvio de verba em Colatina




O Tribunal de Contas do Espírito Santo (TCES) vai investigar o suposto desvio de dinheiro na Prefeitura de Colatina. A denúncia, apresentada pelo Ministério Público de Contas, foi aceita na sessão desta quarta-feira (5). O TCES vai fazer uma auditoria nos convênios firmados entre a prefeitura e a Associação Damas de Caridade. Se o desvio de verba for comprovado, os denunciados terão que devolver quase R$ 7 milhões aos cofres públicos.
O Ministério Público de Contas denunciou, na semana anterior, a primeira-dama de Colatina e ex-secretária de Assistência Social, Maria Júlia Rosa Chaves Deptulski, por fraudar contratos entre a prefeitura e a Associação Damas de Caridade de Colatina, no Noroeste do Espírito Santo. Segundo a denúncia, houve desvios de verbas públicas em 22 convênios firmados entre a secretaria e a associação. O MP de Contas pede o ressarcimento de R$ 6,7 milhões aos cofres públicos. Além de Maria Júlia, outras sete pessoas também foram denunciadas por envolvimento no esquema.
O advogado de Júlia Deptulski disse que a primeira-dama ainda não foi notificada e negou qualquer participação dela no esquema de desvio de verbas públicas. "Dona Júlia não tinha, enquanto secretária, nenhum acesso a esses recursos que eram passados em obediência aos convênios, de sorte que até mesmo essa possível auditagem que serão feitas nessas contas não podem atingi-las ou alcançá-las porque pela secretaria que ela titularizava ela não exercia nenhum tipo de fiscalização de investigação da pertinência ou não dessas contas", afirmou o advogado Antônio Augusto Genelhu Junior.
Esquema
Segundo a denúncia do Ministério Público, sob a direção de Júlia Deptulski, secretária de Assistência Social, eram firmados convênios repassando verbas para a Associação Damas de Caridade de Colatina. A presidente da associação, Lenize Fachetti, emitia cheques e determinava que as funcionárias da associação sacassem os valores e entregassem para ela, ou depositassem na conta dela, na conta de familiares ou na conta da própria secretária Júlia. As notas fiscais e os recibos de pagamentos autônomos falsos eram emitidos, sem que tivesse ocorrido prestação de serviços. Todos estavam em nome de pessoas que já haviam prestado serviços à associação. Por fim, cheques com a falsificação dos nomes dos beneficiários eram apresentados, junto com os recibos na prestação de contas à secretária Julia, que homologava a prestação de contas, sem qualquer ressalva às contas fraudulentas.
A reportagem procurou Lenize Fachetti, mas ela não retornou às ligações.
Justiça
Após a denúncia feita pelo Ministério Público, o juiz da 3ª Vara Criminal de Colatina, Felipe Bertrand Sardenberg Moulin, determinou o afastamento de Júlia Deptuslki do cargo de secretária municipal de Assistência Social, em fevereiro deste ano. Ele também pediu o afastamento da presidente da Associação de Damas de Caridade, Lenize Tozzi Fachetti. Todos os denunciados já apresentaram a defesa no processo da 3ª Vara Criminal. O juiz ainda não definiu uma data para a audiência.
Já no processo de improbidade administrativa, todos foram ouvidos. Até a  sexta-feira (7), o processo deve ir para as mãos do juiz.

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