Com a chegada dos dias mais quentes, o movimento nas praias,
rios, lagoas e cachoeiras aumenta consideravelmente. É nesse período que o
Corpo de Bombeiros Militar (CBMES) também registra maior incidência de
ocorrências por afogamento. Somente no verão passado, 62 ocorrências deste
gênero foram atendidas pela corporação no Estado. Por consequência disso, é
preciso que os banhistas fiquem atentos aos principais riscos para evitarem que
o período de lazer se torne um desastre.
Segundo o sargento Carlos Alberto Mendes, instrutor de
mergulho do Corpo de Bombeiros, é de extrema importância que os banhistas
tenham preferência por locais que são acompanhados por guarda-vidas “Pedir
orientação sobre qual a parte mais arriscada da praia que eles devem evitar é
essencial, bem como permanecer próximo aos socorristas. Assim, em um momento de
perigo, o resgate pode ser mais rápido e eficiente”.
Sargento Mendes ressalta que a equipe de guarda-vidas atende
a uma coletividade e, por isso, ao levar a família à praia, por exemplo, é
preciso evitar se afastar das crianças. “Manter a supervisão sobre elas é
fundamental. O auxílio de objetos flutuantes, como bola, prancha de bodyboard,
boia ou caixa de isopor também são suportes que evitam riscos. Mas é preciso
vigilância para não se afastar da margem”, explica.
A ingestão de bebida alcóolica é outro fator de risco. “Nesse
estado a pessoa não tem equilíbrio e muito menos consciência. A vigilância se
torna deficiente e o risco de afogamento aumenta”, alerta.
O militar também ressalta que mesmo quem sabe nadar deve
evitar natações distantes, pois caso haja cansaço ou câimbra a situação pode
ser contida mais facilmente. “O ideal é que os banhistas nadem paralelos à
areia e não no sentido perpendicular. Dessa forma é mais fácil retornar para a
margem e a chance de resgate é maior”.
Praias de mar aberto são desabrigadas, ou seja, não têm
pedras próximas que façam barreiras naturais e impeçam a entrada de fortes
ondas e correntezas, essas são as mais perigosas. “É importante estar atento às
condições da água e a sinalização que alerta sobre os riscos de afogamento”,
alerta Mendes.
A presença das pedras requer cuidados sobre escorregamentos,
evite subir nas pedras para não se machucar e por consequência bater com a
cabeça.
Cuidados com mergulhos
Mergulhos com saltos de plataformas elevadas podem ocasionar
consequências sérias. Obstáculos como pedras e galhos e até mesmo locais rasos
podem levar à morte ou a danos cervicais graves. “O desconhecimento sobre a
profundidade desses ambientes e os obstáculos que podem existir nesses locais
trazem sérios riscos ao banhista. Muitas vezes, esses saltos são realizados de
cabeça e a colisão com pedras e galhos pode ser fatal. O risco de dano cervical
também é comum em mergulhos em águas rasas”, explica o sargento.
A presença de pedras requer cuidados sobre escorregamentos.
“Evite subir nas pedras para não se machucar e por consequência bater com a
cabeça ou cair em águas mais profundas”, alerta.
Socorro requer técnica
Caso venha a presenciar um caso de afogamento, mantenha a
calma e evite se aproximar se não possuir o treinamento adequado. Acione
imediatamente o Corpo de Bombeiros Militar pelo telefone 193 ou chame um
guarda-vidas que esteja próximo ao local.
“Muitas vezes, pessoas sem instrução tentam ajudar e acabam
se tornando vitimas também. Pessoas que não possuem preparo para este tipo de
socorro deve pedir ajuda de um profissional. Em casos extremos, em que não é
possível acionar alguém, é importante evitar o socorro corpo a corpo e sim
optar pela utilização de anteparos como cordas, boias, pedaços de madeira para
realizar o resgate”, orienta Mendes.