RIO - Um grupo de manifestantes com cerca de 15 pessoas
tentou se aproximar do hotel Windsor pela areia da Barra da Tijuca. Eles passaram
pela primeira barreira de grades da Força Nacional, mas foram contidos pela
segunda barreira com balas de borracha. Durante um conflito que começou por
volta de 13h25, o repórter fotográfico Gustavo Oliveira, da agência britânica
Demotix, foi atingido por uma pedra no braço, lançada por manifestantes. Mais
cedo, o fotógrafo Pablo Jacob, do jornal O Globo, foi atingido de raspão por
uma bala de borracha.
O leilão da área de Libra começará às 15h e deve durar 30
minutos.
A cerimônia vai começar com a exibição de um vídeo sobre a
área. Depois, os concorrentes vão escrever em um envelope as propostas para o
leilão. A ANP vai anunciar os consórcios e, depois, o vencedor. No modelo de
partilha, o vencedor será o que oferecer o maior volume de petróleo para a
União. Em caso de empate, o procedimento poderá ser repetido uma única vez.
Por volta das 14:15 começou
um novo princípio de confronto. Balas de borracha e gás lacrimogêneo foram
lançadas e os banhistas ficaram no meio da linha de fogo. Manifestantes
tentaram se aproximar do hotel onde será realizado o leilão do pré-sal pela
areia. Não há feridos.
A presidente da Petrobras, Graça Foster, vai participar da
cerimônia do leilão da área de Libra, o primeiro na região do pré-sal. A
executiva está no hotel na Barra onde será realizada a licitação, mas não há
previsão de entrevistas. No local estão também representantes de várias
empresas inscritas para a disputa. O hotel está com capacidade esgotada e os
executivos acertam, nos quartos reservados, os últimos detalhes da estratégia
de participação.
Apesar dos violentos protestos que ocorrem próximo ao hotel,
a previsão é de que não haja atrasos. O início do leilão está marcado para as
14 horas, com a exibição de um filme sobre a nova fronteira de exploração de
petróleo descoberta no Brasil na região do pré-sal.
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) rejeitou a
contraproposta de reajuste salarial feita pela Petrobrás. Sindicalistas e
representantes da estatal se reuniram às 11h desta segunda-feira para tentar chegar
a uma solução para o impasse.
Com a decisão, os petroleiros continuam em greve. A pauta de
reivindicações dos trabalhadores propõe reajuste real (acima da inflação) de
5%. A Petrobrás ofereceu reajuste real entre 1,41% e 1,80%. Além disso, os
sindicalistas reclamam que a estatal não ofereceu melhorias nas condições de
trabalho.
Mesmo sem contar os novos projetos trazidos pelo leilão de
Libra, a primeira área do pré-sal a ser licitada, os investimentos no setor de
petróleo e gás crescerão em R$ 54,4 bilhões na passagem do ciclo de 2013-2016
para o de 2014-2017, somando R$ 458,3 bilhões, mostra um mapeamento divulgado
pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).