Centro e trinta e cinco médicos cubanos chegaram ao
Espírito Santo nesta segunda-feira (30). Eles fazem parte do Programa Mais
Médicos, do governo federal, e contaram que estão animados para trabalhar no
país. O Ministério da Saúde informou que os locais de trabalho dos profissionais
ainda não está decidido. Outros 615 médicos cubanos devem chegar ao estado até
o próximo dia 3, e de Vitória todos seguem para Guarapari, onde farão um curso
de capacitação.
O médico Joel Torres Antigua contou que está ansioso
para começar a trabalhar. “Estamos vindo para o Brasil para trabalhar junto com
o povo brasileiro, com todos, outro médicos, enfermeiros, o povo todo. Nosso
objetivo é melhorar a saúde, pois o povo precisa”, disse.
Joel tem 43 anos de idade e 19 de experiência como
clínico geral. Ele fala bem a língua portuguesa e, bem humorado, disse que
Brasil e Cuba têm a cultura muito parecida.
A representante do Ministério da Saúde, Elizabeth
Albuquerque, falou que agora os médicos vão passar por um curso de capacitação,
que vai durar 21 dias.
Preparação
Os profissionais com diplomas fora do país vão
participar de 7 a 25 de outubro do módulo de acolhimento. Com carga horária de
120 horas, a avaliação abordará aspectos do Sistema Único de Saúde (SUS),
doenças prevalentes no Brasil, conhecimentos linguísticos e de comunicação,
além de visitas técnicas aos serviços de saúde. Após o período de acolhimento,
os profissionais passarão por uma avaliação e, somente após aprovação, estarão
aptos a atuar nos municípios.
Após a aprovação, os profissionais vão ser
direcionados para atuar em municípios com os piores Índices de Desenvolvimento
Humano (IDH), periferias de capitais e regiões metropolitanas e áreas com mais
dificuldade de contratação de médicos, apontados pelos municípios no momento da
adesão ao Programa. Os médicos cubanos que trabalharão no Brasil já
participaram de outras missões internacionais e todos têm especialização em
Medicina da Família.
CFM
O Conselho Federal de Medicina (CFM) informou, no dia
20 de setembro, que orientou os conselhos regionais a autorizarem os registros
provisórios dos médicos estrangeiros do programa Mais Médicos. De acordo com o
CFM, o registro será feito desde que os médicos apresentem a documentação
"completa" e "sem inconsistências".
De acordo com o parecer, que tem força de lei, os
conselhos regionais de Medicina não
podem exigir qualquer documentação para conceder o registro dos profissionais
além do que foi definido pela Medida Provisória 621/2013 e pelo Decreto
8040/2013, que regulamentam o programa.
Um dos questionamentos feitos pelos CRMs ao programa
do governo federal é o fato de o Mais Médicos não exigir a revalidação do
diploma de medicina para os aqueles que concluíram o curso no exterior. No
parecer do governo, a revalidação do diploma não pode ser exigida na hora de
conceder registro aos profissionais estrangeiros do programa.
O médico Joel Torres contou que não está preocupado
com isso. “Nós respeitamos essa burocracia, que realmente acontece em todo
país, mas a nossa avaliação está creditada pela Organização Mundial da Saúde”,
disse.