O comandante da Força Aérea Brasileira (FAB),
tenente-brigadeiro-do-ar Juniti Saito, afirmou nesta terça-feira (13) em
audiência pública no Senado que o governo brasileiro irá substituir as
aeronaves Mirage 2000, as mais potentes das Forças Armadas, pelo modelo F-5, de
menor potência, a partir do próximo ano.
Os 12 caças Mirage 2000 que pertencem ao Brasil serão
aposentados em 31 de dezembro de 2013. Os jatos, que ficam na base aeronáutica
de Anápolis (GO), são responsáveis, principalmente, pela defesa do espaço aéreo
da capital federal. O modelo F-5, mais antigo, já pertence à FAB e hoje tem como
base Canoas (RS), Santa Cruz (RJ) e Manaus (AM).
“Com a desativação do Mirage nesse ano, vamos trazer
para cá os F-5 modernizados - com míssil compatível com a defesa aérea - e
fazer a defesa área da melhor maneira possível. [...] Claro que não é o ideal,
mas vamos fazer da melhor forma possível”, disse o comandante da FAB.
A medida tomada para substituir os Mirage estava
indefinida, motivo pelo qual o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), presidente da
Comissão de Relações Exteriores do Senado, decidiu convocar audiência pública
para esclarecer o tema. Os Mirage foram comprados em 2006 e a validade inicial
prevista era de cinco anos.
Desde o ano passado, apenas metade dos Mirage estava
em operação. Com o fim do prazo de validade, em 2012 seis dos caças passaram a
servir apenas de suprimento para os modelos que estavam funcionando, sendo
usados por exemplo quando havia necessidade de substituição de peças.
O Mirage 2000 é o mesmo que em julho de 2012 quebrou
vidraças do Supremo Tribunal Federal durante voo rasante na cerimônia de troca
da bandeira na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Segundo a Força Aérea, o
Mirage F2000 pode atingir 2,2 vezes a velocidade do som, que é de mais de 330
metros por segundo.
A substituição provisória dos Mirage permanecerá pelo
menos até que haja uma definição da compra de 36 aeronaves pela FAB com o
intuito de modernizar a Aeronáutica. A compra é parte do programa FX-2,
reequipamento e modernização da FAB. Apesar de ter sido lançado em 2008, o programa ainda não saiu do papel e
não há um prazo determinado para as novas aquisições.
Juniti Saito negou que o governo federal esteja
deixando de cumprir com a sua tarefa no projeto. “Não acredito que governo
esteja prevaricando quando há extensão do prazo [das aquisições]. O Brasil é um
país em desenvolvimento e precisa aplicação de recursos em educação, por
exemplo. É questão orçamentária, de prioridade”, disse o comandante.
O Brasil
analisa três diferentes propostas para a compra dos novos caças. A
norte-americana Boeing é uma das fábricas concorrentes que quer vender caças
para o programa brasileiro FX-2. As
outras empresas que estão na disputa são a francesa Dassault e a sueca SAAB.