A caderneta de poupança registrou saída líquida de 05 bilhões e 293 milhões de reais em setembro, o pior resultado para o mês da série histórica, iniciada em 1995. No ano, há um saldo negativo acumulado de 53 bilhões e 791 milhões de reais, também o maior da série histórica. Segundo os números divulgados hoje pelo Banco Central, em setembro, os depósitos somaram 158 bilhões e 178 milhões de reais e as retiradas, 163 bilhões e 470 milhões de reais.
Do total da composição do déficit registrado no mês passado, a poupança rural contribuiu com um saldo positivo de 83 milhões e 384 mil reais e o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo com 05 bilhões e 377 milhões de reais no vermelho. Desde janeiro, os saques superaram os depósitos na poupança todos os meses. A combinação de recessão e juros altos vem puxando para baixo os resultados a poupança mês após mês. Com a renda mais apertada por causa da inflação ou até para honrar as despesas em casos de demissão, as famílias sacam suas economias.
Além disso, o Comitê de Política Monetária começou a subir a taxa básica de juros da economia desde a reeleição da presidente Dilma, em outubro do ano passado. Isso fez com que os fundos de investimento ficassem cada vez mais atraentes. A Selic está em 14,25% ao ano, enquanto a poupança rende menos que a inflação. Quem deposita o dinheiro na poupança recebe atualmente um rendimento de 6% ao ano, mais taxa referencial. Já a inflação deve passar de 9% neste ano. São, principalmente, pequenos investidores que mantêm as economias na aplicação. Eles não têm acesso às taxas diferenciadas para a aplicação em fundos de renda fixa. Enquanto isso, quem consegue desconto corre para os fundos para aproveitar o momento de juros altos.