Montar a mesa para o café da manhã ficou mais caro. E os
consumidores já notaram, nos últimos meses, o aumento no valor dos produtos nas
prateleiras dos supermercados, como é o caso da telefonista, de Brasília, Maria
Helena.
"Hoje você vai na
padaria e você já vê a diferença. Onde eu costumo comprar pão, eu comprava com
dois reais, oito pães. Hoje eu compro seis pães com dois reais. Se você colocar
no caderno, no papel, você vai ver a diferença."

"Quanto menos de
ganha, mais se compromete do orçamento com alimentação. Então qualquer alimento
básico que fique caro acaba onerando mais as famílias de baixa renda. O pão
francês, por exemplo, ele onera 0,8% da renda de famílias com o orçamento até
33 salários mínimos. Nas famílias mais modestas, que têm renda ate dois
salários mínimos e meio mensais, o pão francês já onera 1,9%, ou seja, mais que
o dobro que a média das famílias."
Ainda segundo o economista da FGV, André Braz, com a
instabilidade do valor do dólar ainda não há uma previsão para a redução dos
preços dos alimentos. Em contra partida, dois produtos da mesa do brasileiro
não tiveram aumento acima da inflação: o café e o açúcar. O café em pó subiu
apenas 1,43%, enquanto o açúcar refinado teve queda de 13,97%, em 12 meses.