A
investigação da Operação Lava-Jato descobriu que a Odebrecht controlava 06
contas bancárias no exterior para pagar propinas aos ex-diretores da Petrobras
Paulo Roberto Costa, Renato Duque, Nestor Cerveró e Jorge Luiz Zelada e ao
ex-gerente da estatal Pedro Barusco. A prova foi apresentada pelo juiz
Sérgio Moro hoje, em despacho para justificar um novo decreto de prisão
preventiva contra o presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht, e outros 04
executivos ligados à companhia.
Ontem, os advogados de executivos da
Odebrecht e Andrade Gutierrez entraram com habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça para tentar
liberar seus clientes. Como decretou uma nova prisão temporária,
o juiz Moro encaminhou o decreto de hoje às instâncias superiores, que julgam
esses pedidos de liberdade: o Tribunal Regional Federal e o Supremo Tribunal de
Justiça. A
força-tarefa da operação rastreou o caminho do dinheiro que saiu da empreiteira
e chegou até os funcionários da Petrobras que receberam a propina para
favorecer a Odebrecht em contratos com a estatal. Com base em documentos enviados
por autoridades da Suíça e outros documentos juntados ao processo, o juiz Moro
concluiu que “há prova de fluxo financeiro milionário, em dezenas de
transações, entre contas controladas pela Odebrecht ou alimentadas por empresas
do grupo e outras contas secretas, mantidas no exterior por dirigentes da
Petrobras”.