Cresce o número dos estudantes
brasileiros de 13 a 15 anos de idade que já usaram drogas ilícitas, como
maconha, cocaína, crack, cola, loló, lança perfume e ecstasy. Segundo a
Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, a PeNSE, do IBGE, em 2012, cerca de 10 por cento dos
adolescentes do nono ano do ensino fundamental que estudam nas capitais do país
já experimentaram drogas. O número equivale a mais de 312 mil jovens. Em 2009,
o porcentual foi de 8,7 por cento. Ainda de acordo com o levantamento, as
regiões Centro Oeste e Sul tiveram o maior registro de estudantes desta faixa
etária que já haviam experimentado drogas. O que, para o gerente da PeNSE,
Marco Andreazzi, pode ser significado das características dos jovens destas
regiões.
"Quais são os fatores que estão influenciando um aumento geral no
país pode ser algo em relação a uma difusão do comportamento, em particular
nessas regiões do Sul e do Centro Oeste, podem ter algum tipo de exposição
maior ou características da população que estejam facilitando. De qualquer
maneira, o uso de drogas ilícitas nessa faixa etária de 12 a 15 anos no Brasil
ainda é bastante inferior do que a média dos países pesquisados pela OMS,
particularmente países europeus mais Estados Unidos e Canadá."
Ainda segundo a Pesquisa
Nacional de Saúde do Escolar, a PeNSE, o aumento do número de meninas que
experimentaram alguma droga, entre 2009 e 2012, é maior do que o dos meninos.
Para as meninas o crescimento foi de 2,3%, enquanto o dos meninos foi de 0,1%
no período. O sociólogo e cientista político da Universidade de Brasília,
Antonio Flávio Testa, destaca o que leva os jovens a experimentarem drogas
ilícitas nesta idade.
"Primeiro a curiosidade e depois a imitação, são duas variáveis
que influenciam muito nessa decisão. E os ambientes que boa parte que a
juventude freqüentam levam muito a esse tipo de comportamento. Você induz as
pessoas a experimentarem até entre aspas, pode se dizer assim, é um ritual de
iniciação, da afirmação e a curiosidade. Nessa fase da vida, as pessoas não tem
o nível de discernimento muito bem delineado e é possível que eles queriam
experimentar para sentir o efeito, para sentir se realmente aquilo que é
colocado tem um impacto grande sobre o seu organismo. Tudo isso ai pode se
confirgurar nesse quadro."
Para realizar a pesquisa, o
IBGE ouviu cerca de 109 mil alunos do 9° ano do ensino fundamental de escolas
públicas e privadas em todo país, a maior parte com idades entre 13 e 15 anos.