Prorrogar os prazos para pagamentos dos financiamentos de
crédito rural, ampliar a participação e os preços mínimos dos cafés capixabas
nos programas de aquisições do Governo Federal e reduzir ou acabar com as sobretaxas
que incidem sobre café solúvel brasileiro para vendas na União Europeia e Ásia.
Esses são os três principais encaminhamentos que serão apresentados pelo
Governo do Espírito Santo e as instituições com atuação na cafeicultura
capixaba ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) como
proposta para amenizar os impactos causados pela crise instalada na
cafeicultura capixaba e nacional.
“Os preços dos cafés arábica e conilon estão tão baixos que
na maioria dos casos não chegam a cobrir os custos de produção. A crise está
instalada e há necessidade de organizarmos um conjunto de ações para amenizar
os impactos negativos na principal atividade econômica para 80% dos municípios
capixabas”, destaca o secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli.
Os encaminhamentos foram definidos nessa segunda-feira (28),
no encontro promovido pela Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento,
Aquicultura e Pesca (Seag) na sede da Federação da Agricultura do Estado do
Espírito Santo, com a participação de representantes dos produtores rurais,
empresários, instituições financeiras, cooperativas,
Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Instituto
Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e Comissão
da Agricultura da Assembleia Legislativa do Espírito Santo.
Nos últimos meses, o preço da saca do café arábica despencou
de R$ 247 para R$ 174 e o preço da saca do conilon de R$ 230 para R$ 182.
“Não há justificativa clara para esses preços chegarem aonde
chegaram. É preciso atuarmos com mais ênfase para que o Governo Federal compre,
e compre muito café”, ressalta o presidente da Cooabriel, Antônio Joaquim de
Souza Neto.
O Espírito Santo é o segundo produtor de cafés do Brasil,
sendo o primeiro de conilon, com cerca de 75% da oferta deste tipo. A atividade
gera cerca de 350 mil empregos e na safra passada proporcionou aproximadamente
R$ 3,2 bilhões de faturamento bruto para os cafeicultores.