A denúncia por corrupção e
lavagem de dinheiro contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, a ser protocolada no Supremo Tribunal
Federal até amanhã pela Procuradoria Geral da República,
tem aproximadamente 80 páginas. Já a do ex-presidente da República Fernando
Collor, que será feita no mesmo dia, ultrapassa as 200 páginas. Os
documentos detalham o suposto envolvimento de Cunha e Collor no esquema de
cartel, corrupção e lavagem de dinheiro montado na Petrobras e apurado pela
operação Lava Jato.
Junto com o presidente da
Câmara, o procurador geral da República, Rodrigo Janot, deve denunciar a
ex-deputada Solânge Almeida, correligionária de Cunha acusada de ajuda-lo a
usar o parlamento para iniciar o suposto pagamento de propinas. Collor será
denunciado com ao menos outras 04 pessoas. Em julho, Cunha foi acusado pelo
ex-consultor da Toyo Setal Julio Camargo, um dos delatores da operação, de ter pedido propina de 05 milhões de dólares para que um contrato de
navios-sonda da estatal do petróleo fosse viabilizado, sem licitação. A denúncia
vai detalhar o caso.
Collor é investigado como receptor de 26 milhões de reais em propinas, entre 2010 e 2014, por contratos firmados na BR
distribuidora. Confirmada as denúncias contra Cunha e Collor, o Supremo Tribunal
Federal decidirá se aceita ou não o pedido. Em caso de resposta positiva, os
políticos se tornarão réus e os processos contra eles serão abertos na Corte. Cunha e Collor negam as
acusações apontados pelos delatores do esquema de corrupção. O presidente da
Câmara desafiou Julio Camargo a provar as acusações, enquanto o ex-presidente
da República se disse indignado e apontou como falsa e mentirosa a versão.