O
juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira
instância, solicitou o bloqueio de 60 milhões de reais dos presos na 16ª
fase da operação, que foi deflagrada hoje. Contratos firmados por
empresas já mencionadas na operação com a Eletronuclear, que tem economia mista
e cujo controle acionário é da União, foram o foco desta etapa da Lava Jato.
A Eletronuclear foi criada em 1997 para operar e construir usinas
termonucleares e responde hoje pela geração de cerca de 3% da energia elétrica
consumida no país. De acordo com a solicitação do juiz, devem ser bloqueados
20 milhões de reais do diretor-presidente licenciado da Eletronuclear Othon
Luiz Pinheiro da Silva, o mesmo valor do executivo da empreiteira Andrade
Gutierrez Flavio David Barra e outros 20 milhões de reais da Aratec Engenharia,
Consultoria & Representações Ltda, que pertencente a Othon Luiz. Os dois
foram presos hoje de manhã, no Rio de Janeiro. Othon Luiz é suspeito de receber
04 milhões e 500 mil reais em propina, conforme a Polícia Federal e
o Ministério Público Federal.
O juiz menciona, no despacho referente a esta
fase da operação, que a empresa Aratec Engenharia recebeu pagamentos vultosos
de empreiteiras envolvidas na Lava Jato, inclusive, de empresas que compõem o
consórcio Angramon. A ordem judicial foi protocolada às 14 horas e 21
minutos desta terça e, por essa razão, ainda não foi disponibilizada para as
instituições financeiras. O pedido para o bloqueio foi feito pelo Ministério
Público Federal.