O Conselho de Ética acaba de aprovar o relatório prévio do deputado
Marcos Rogério, do PDT de Rondônia, que pede a continuidade do processo por
quebra de decoro parlamentar contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, do PMDB,
do Rio de Janeiro. A admissibilidade foi aprovada, em votação no painel, por
11 votos favoráveis e 09 contrários. Minutos antes da votação, aliados de
Cunha chegaram a procurar seus adversários no Conselho para tentar fazer um
acordo e adiar para amanhã, a votação da admissibilidade do processo.
O presidente do colegiado, José Carlos Araújo, do PSD da Bahia,
considerou que não houve consenso sobre a proposta do deputado Paulo Azi, do Democratas
da Bahia, de buscar um acordo de adiamento desde que não houvesse obstrução na
sessão de amanhã. O deputado Júlio Delgado, do PSB de Minas Gerais, foi procurado
pelos deputados Hugo Motta, do PMDB da Paraíba,
e André Moura, do PSC de Sergipe que teriam, segundo Delgado, oferecido a
possibilidade de voltar atrás de todas as ações para barrar o processo na Casa
em troca do adiamento.
Para isso, queriam a votação do parecer prévio na próxima quinta-feira. Eles temiam a votação do parecer de Marcos Rogério exatamente no dia da busca e
apreensão nas casas do peemedebista. Segundo fontes, Cunha deu ordem para
seus aliados retirarem todos os três requerimentos de adiamento da sessão e
"irem para o pau". Em plenário, o deputado Manoel Júnior, do PMDB da Paraíba,
disse que os aliados de Cunha tinham a orientação de votar com o relatório, mas
devido à não concessão de vista, eles optaram por votar contra o parecer
prévio.