sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Nelson Barbosa é o novo ministro da Fazenda.




O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, vai substituir Joaquim Levy no comando do Ministério da Fazenda. Barbosa, que estava no Rio de Janeiro hoje de manhã, foi convocado pela presidente Dilma para retornar a Brasília esta tarde. Quem vai substituir Barbosa na pasta do Planejamento é Valdir Simão. Levy passou a manhã de hoje driblando perguntas dos jornalistas sobre sua permanência no cargo. Em um café da manhã oferecido à imprensa em Brasília, ele fez um balanço de seu trabalho à frente da Fazenda em 2015, mas fugiu de responder diretamente aos mais de 10 questionamentos que lhe foram feitos sobre quando deixaria o posto.

Empresários brasileiros fizeram resalvas á indicação de Barbosa na sucessão de Levy na pasta da Fazenda. Alguns afirmam que, de acordo com o perfil do ministro, ele poderia afastar o Brasil do ajuste fiscal, o que seria prioritário no momento. Barbosa assumiu a pasta do Planejamento no dia 1º de janeiro deste ano, no início do segundo mandato da presidente. Embora não seja filiado ao PT, ele trabalhou no comitê de reeleição do presidente Lula e ajudou a formular o programa econômico da primeira campanha presidencial de Dilma. Interlocutores da equipe econômica afirmam que Barbosa e Levy se entendiam em relação a 90% dos assuntos. Levy chegou ao governo com um duro plano de ajuste fiscal para tentar resgatar a credibilidade perdida por causa das pedaladas fiscais do primeiro mandato de Dilma.

Barbosa também reconheceu que o ajuste era necessário. Defensor de ideias desenvolvimentistas, Barbosa trabalhou no Ministério da Fazenda de 2006 a 2013, quando deixou o governo. No período, comandou as secretarias de Acompanhamento Econômico, de Política Econômica e Executiva. 

O economista ajudou a elaborar as medidas que o governo adotou para combater a crise internacional, a partir de 2008, além do Programa de Aceleração do Crescimento e o Minha Casa Minha Vida. Ter deixado o governo, no entanto, não livrou Barbosa de também responder como uma das 17 autoridades responsáveis pelas pedaladas do primeiro mandato. O ministro foi incluído no processo que está no Tribunal de Contas da União porque, em 2012, assinou uma portaria que fixava um prazo de 24 meses para que a União pagasse ao BNDES equalizações de juros concedidas no âmbito do Programa de Sustentação do Investimento. De acordo com o Tribunal de Contas da União, essa regra foi uma forma de o Tesouro jogar despesas para frente. Barbosa foi o responsável pela portaria porque era secretário-executivo do Ministério da Fazenda na ocasião. Como o Mantega estava fora, Barbosa respondia como ministro interino da pasta. O Tribunal de Contas da União ainda não se posicionou sobre as condenações.
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