Depois de uma conversa hoje com a presidente Dilma Rousseff, o
vice-presidente Michel Temer entregou as atribuições de articulador político do
governo federal. Com isso, o vice deixou de operar o balcão do Palácio do
Planalto com a negociação de cargos e emendas parlamentares com a base
governista. De todo jeito, Temer assumiu o compromisso com Dilma de
continuar ajudando nas relações do governo com os demais poderes: Judiciário e
Legislativo.
A solução encontrada hoje foi uma tentativa de diminuir o desgaste
político que seria a saída completa de Temer da função de relações
institucionais. Na conversa com a presidente, Temer foi sincero e voltou a
falar sobre o episódio que criou desgaste com o governo, quando ele disse que alguém tinha de reunificar o
país. Na ocasião, depois de o vice ter sido alvo de críticas de
ministros petistas, Dilma fez um gesto para tentar demonstrar que confiava no
peemedebista, dizendo que, da parte dela, "nunca houve nenhuma
desconfiança". Ela também elogiou o vice.
O ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha deve deixar gradualmente as
funções da Secretaria de Relações a partir do dia 1º de setembro. Antes da
reunião reservada entre Dilma e Temer, o ministro da Ciência e Tecnologia Aldo
Rebelo criou uma saia justa no encontro da coordenação política do Planalto ao
indagar sobre a situação do vice. Segundo Aldo, o assunto era importante e
deveria ser abordado e explicado pelos ministros que participaram da reunião. Diante do mal-estar, ficou definido que Dilma conversaria na sequência, de
forma reservada, com o vice-presidente da República.