Após um dia inteiro de negociações, o Ministério Público
Federal no Espírito Santo, por meio do procurador-chefe Julio de Castilhos e do
procurador da República Fernando Amorim Lavieri, conseguiu reverter a situação
de crise e possível conflito entre as comunidades indígenas das etnias
Tupinikim e Guarani e Escelsa, em Aracruz. Tropas da Polícia Militar e
policiais federais estavam no local e tinham ordem judicial determinando que
eles impedissem qualquer ação dos indígenas de obstruir a circulação de
funcionários e veículos da empresa no local das torres.
Com a intervenção do
Ministério Público e a realização de uma reunião de conciliação com
representante da Escelsa, os indígenas se comprometeram a não causar qualquer
dano e permitir a presença de técnicos de manutenção da empresa no local, hoje. No entanto, eles permanecerão de prontidão na área até a próxima
quarta-feira, dia 16 de dezembro. Nesta data será realizada uma nova reunião
com representantes do Ministério Público Federal, da empresa Escelsa, das
comunidades indígenas, da Funai e da União.
As comunidades reivindicam uma
compensação financeira por parte da empresa que tem torres de transmissão de
energia instaladas nas terras indígenas. Os representantes das comunidades
ocupam a área onde estão localizadas as torres desde o dia 30 de novembro. Conforme a decisão judicial que impede os índios de causarem danos às
estruturas de transmissão, caso ocorressem avarias nestes locais, os reparos
poderiam ser superiores a 30 dias o que deixaria aproximadamente 82 mil
moradores da região sem o abastecimento de energia elétrica.